Um corredor reto e estreito.
Iluminado apenas por uma forte luz presa no teto
há alguns metros de distância.
Somente a frente,
naquele único lugar iluminado,
podia-se ver paredes de alvenaria e um corrimão enferrujado.
O resto escuridão.
Intuia-se ser um local homogêneo.
Receosamente, ergui o braço e alcançei o corrimão.
Conduzi meus passos mais confiantes a partir dali.
O cheiro úmido
e o som dos gotejos distribuidos
eram percepções sentidas
pelos pés a cada poça que os afundavam.
Do meu lado esquerdo
não havia corrimão.
A proximidade
com a parede
não permitia
que eu esticasse o braço.
Mas além de tudo e oculto
existia intrínseco, no âmago:
Havia uma certeza. E seguramente absoluta.
A claridade a frente indicava o existente.
Chão, corrimão e espremidas paredes de tijolos laranja-enxarcado.
O que não se via após a luz,
embora estivesse iluminado mas ofuscado pela própria intensidade da lâmpada ,
não fazia a menor diferença.
O único caminho a se fazer apresentava-se a frente.
Possibilidades
de surgirem do escuro
novas passagens
o fez ansioso para
logo ficar sob a luz.
Mas não poderia correr.
O corpo resistia heroicamente à vontade de avançar,
mesmo que não fosse apenas um livre arbítrio do corpo.
O ambiente coibia tal ação.
Os passos se seguiam
no compasso de alguns regulares gotejos.
O ambiente era maestro.
Regia.
Cansado. Os músculos se sobressaiam
a cada movimento.
Repuxava.
Repiração molhada. Mas estava certo e seguia por convicção.
Certeza instintiva...
ResponderExcluirIsso me lembrou do filme Trainspotting... não sei pq, talvez pela descrição dos sons, cheiros, gotejos..rs
ResponderExcluirEnfim,
sempre ótimo.
o filme*
ResponderExcluirmania ou vicio seguir com convicção mesmo quando a formatação não é tranquila. (???)
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