Enquanto o rio condensa
e flui menos depressa,
parece arrastar meus minutos em sua espessa gama vagarosa.
Não há profundidade alcançada
nem tampouco gera firmeza
que permita o suporte dos pés.
Então este rio é visual, virtual,
cheio de futuros,
de maravilhosas mudanças advindas da espera.
Que diante dos olhos presentes, desfila
com sua suntuosa e pavorosa grandiosidade
Mas os olhos que assistem são acompanhados dum corpo que os carregam
Estes olhos miram tudo ao redor
e apesar do colossal rio que ganhara espaço nos últimos tempos,
avista outras oportunidades de banho, de refúgio, de contemplação, de vida.
A identidade mora no desejo
e desejo estancado
é vida ávida que avisa.
O corpo necessita banhar-se.
Qual o rio que o convida?