30.3.14

Frase

Se viesse uma frase na cabeça 
escrevê-la-ia

Mas não consigo pensar.
Há muitas vozes que se aglomeram às minhas
e discerni-las já não é tarefa fácil.

Não escuto meus pensamentos.
Não entendo o que quero me dizer
e talvez não queira mesmo me ouvir.

Pelo menos agora, não o quero.
Evitando o que apenas se adia.

Terei que me dizer,
mas que o agora, por hora,
prolongue-se. Alargue...

Preparando-me
para mim mesmo

10.3.14

Fui apresentado à loucura.
E céus!!! Como ela é sã!
Como faz sentido.

Ontem

É impossível viver sem se entregar
Difícil se acautelar perante a um pedido intimamente inexplicável.
Como são intensas as questões inexplicáveis.

Cruel é afastar-se de tais anseios irrefletidos.
Esses são puros
Não há matemática ou alfabeto que os codifique. Há apenas o sentir
Por isso são lindos, límpidos e inocentes.

Então vem a calminha pequena, pronta pra me destroçar.
Pede com jeitinho que eu a aguarde
e não que eu a guarde.

Vence com os argumentos certos
e me convenço a me deixar.

Por vezes nos permitimos deixar-nos de verdade
Chegando a se entregar ao próprio abandono.
Acreditando que não me faço falta,
que o preenchimento qualquer é o mesmo que se completar.

Mas não me ausento de mim.  Por mais que eu tente.
Tomo-me encarando-me.
Pensando que não há nada mais EU
do que essas idéias.

Questões intimamente inexplicáveis. Inexplicavelmente íntimas.


Não sei me responder.