24.2.14

Minas Gerais

Café retinto, retirado dos altos vales.
Parto por cima,
escapo para o outro lado. Para lá
onde o parto do Pato
é tão relevante
quanto os nossos próprios passos.

Onde a natureza amarela,
verde, laranja e lilás,
cora as faces anis do mundo.
Que sorri-solto,
que sopra o vento como sua voz ofegante.

Saboreando o desencontro do inesperado.



(*) ESTE TEXTO É RESULTADO DE UM EXERCÍCIO PROPOSTO PELO GRUPO LITERÁRIO: ALMAVADOR

8.2.14

Provável

Meu excesso me traduz, meus exageros me entregam.
Sou presa fácil.

Mas essa tal facilidade é  curiosa
pois ela impõe obstáculos.

Quem fácil se dá
dificilmente se completará.

Eis a frase que martela em minha cabeça.

Quem fácil se dá
cedo se arrependerá.

Essa frase também vem.
Mas vem como segundo plano, como uma culpa tardia.

Quem fácil se dá,
pede, imperceptivelmente,
um cuidado complexo.

Facilidade é precipício-precipitado.
Qualquer deslize leva-nos ladeira abaixo.

E o que há quando se cai? O que se vê lá embaixo?





Reconstrução