- Consigo ler suas mãos! - Disse a cigana deslizando os dedos sobre os riscos da palma
Realmente as leu
E curiosamente entendeu
com uma absoluta clareza aquelas riscas, minhas, que
nunca me disseram nada.
Desvendou meus trajetos não traçados,
mas não citou com quais trejeitos os realizaria.
Decifrou o futuro e entregou-me os problemas e soluções.
Convenceu-me pela sua inabalável convicção. Invejei-a.
Aceitei pagar-lhe moedas apenas para me punir por não
possuir igual verdade.
Mas deixei-a sinceramente agradecido
Saí mais convicto.
Tenho agora a certeza de não acreditar nas linhas das
mãos.