22.8.11

Dias

Têm dias que adio o meu despertar;
Em outros, repousar será um estado de impaciência.

Têm tardes que me empenho para que elas passem depressa;
Já em outras não percebo o chegar da noite.

Há noites que parecem não ter fim
E têm aquelas que se parecem com uma qualquer.

Às vezes torço para que o dia acabe em breve;
Outras vezes, ansioso, quero que ele acabe pelas expectativas do dia seguinte.

O problema é que dia-após-dia o fim acontece.
Dias agradáveis ou aflitivos, proveitosos ou não: eles passam, findam e arrastam-me para esse fim. Um pouco de mim se encerra a cada dia.

Carrego, para os dias que virão, o resumo dos já encerrados.
Ciclos repetitivos e infindáveis, imprevisíveis e óbvios.

A expectativa da não repetição torna-se a energia contida em meus músculos e fazem dos pensamentos matéria tangível.