Esse peito com mil cortes precisa respirar.
Venha!
Saia para ver o mundo. O meu.
O seu que te espera ansiosamente do lado de fora.
Deixa-se provocar; É preciso uma nova inquietude.
Não me espere para ver o mundo,
os lugares estão ai para nos distribuirmos.
Não me áspére para haver no mundo,
não posso proteger-te dele.
Mal posso proteger-te de mim.
Tenho medo de que teu sorriso se assuste. Não sei o que
espera.
Não se aguarde mais. A vida precisa vê-la.
As ruas são palcos, você bem sabe.
Mas Shakespeare já escreveu todos os amores possíveis,
Bukowski todos os desejos reprimidos
e Dostoievski...
Ah! Dostoievski é um chato que roubou todos meus
escritos.
Esqueça essas palavras bem arranjadas,
todas guardadas há tempos em papéis.
Deixem-nas para os intelectuais apoiarem seus melhores
argumentos,
para provarem que são mesmos incríveis por se coincidirem
com as histórias.
Sejamos medíocres mortais, amando como tais.
Você precisa de uma nova dramaturgia escrita pelas tintas
do acaso.
Sentir o sol esquentar a carne,
as carnes se desembrulhando na cama.
Sentir um vento gelado roçando sua nuca suada; Sentir
alívios.
Sentir o cheiro da novidade sobre a grama verde.
Ou sentir o próprio corpo desnudo, descobrir a voz do vento, o olhar do sol e os tantos Eu's que Pessoa teve a ousadia de assumir ter encontrado dentro dele mesmo, e que nós, tão humanos e bichos quanto ele temos também na parte de dentro...
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