27.6.16

Minha cabeça pendurada em um cabide

A ausência que preenche e não nomeia o vazio
não é o que vivi, tampouco o que li
não é excesso, nem abandono do mundo.

Por muito tempo: Convivências;
por pouco solidão.
Por muito peco: Conivência;
E
 nenhum erro é coincidência quando reação à oposição.

Oposto ao ego é angústia
Espécie de voz que sussurra,  que sutura,
que aflige pelo timbre,
que atinge em meio íngreme.

Que nos avisa sobre o outro. Outros. Outras propostas, 
outros caminhos de sucesso. Suscetíveis.

Que me afronta, 
que me informa que o ser
não deveria ser.

Que me atenta às novas modalidades de felicidade.

Eis que a minha felicidade,
de tão frágil, 
desaparece de súbito 
para que eu possa ver além do mundo,
estar contido nele

E me escapa(!) mesmo com uma linda tarde,
com árvores, crianças, crepúsculo, amores 
e enebriante sensação de paz.
Sensação de que o ideal não me completa.

Num bizarro avesso, 

o ideal, diante de mim, contempla:
o inacreditável ser que precisa de mais,
que precisa de tanto
  para tornar-se simples.

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