8.7.15

É sobre o amargar que eu escrevo.
Sobre palavras ósseas bem vestidas
engordadas por muitos panos.

As verdades que possuem 
a duração de um momento apenas, 
que não perduram.

Palavras devem durar quanto?

Sobre, 
a partir do que fizemos,
não se descubrir quem somos.

O egoísmo que nos apossua 
por um deslize 
distraído 
da razão.

O niilismo abrupto 
causado pela sinceridade.

Palavras devem conter o esboço
de quanto pretendem durar?

É sobre a possibilidade do descrédito, 
confiando somente 
no som proferido pelas folhas, 
pelos ventos e águas livres. No abstrato.

A percepção 
da rara ação
sem interesse.

A necessidade da crença em algo, alguém, alguns, 
amigos, pastores, 
amores, tutores, família; É não estar sozinho

Mas é mais sobre as ações
para o não isolamento,
para ser incluso, para se sentir encaixado.
A permissão para o engano sadio.

Não me adapto ao bem estar das coisas.
É o que me parece
É sobre a incapacidade que aqui rabisco.

É sobre não suportar uma leveza,
por depositar um peso que há em mim

Um peso escuro,
cor de sangue gangrenado
é espesso
não escorre e nem tão pouco esguicha,
não se livra.

Adaptar ou ser adepto
da verdade inconseqüente?

Manter o estômago funcionando, 
afastar-se do sofrimento 
e sobressair;
e sobressair; é o que nos torna
destacados dentre a manada.

Ser reconhecido,  bem reconhecido,
é o que nos conforta
para seguir com a repetição dos dias.

Mas seremos perdoados...

Vejo uma moral!
Torpe, turva,
que já nos absolve.

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