13.1.12

Caça

 - Corra! Corra! – dizia o ambiente às minhas pernas

Corria. Esfregava as mãos no rosto. Suava. Ofegava.
Barulhos silenciosos, eu e uma densa escuridão
Passos e vozes se aproximavam e por vezes ultrapassavam-me.
Estava cercado? Por que isto seria necessário para eles?

- ME DEIXEM! - Gritei

Os matos revelavam os deslocamentos
Mas o silêncio se fez e não suportei a surdez que ele causou
Era eu o necessitado agora
E coincidentemente por motivos que também desconhecia
Queria ouvir. Estava surdo de silêncio.

Aflição. Agir! Qualquer direção:
Corra! Corra! – alarmava o imprevisível às minhas pernas

O calor abafado que aquela imensidão de nada continha
Ditava os ritmos dos meus compassos
Mudava a direção. Os sentidos. Você consegue sentir o gosto de uma moeda de 1 Real?

As árvores omitiam algo e o algo desejava a minha consciência
Com a mesma intensidade que eu a desejo.
Em ilustrações cegas. Órfão de formas e cego de cores.
Percebi sombras no escuro.

Senti uma respiração em meu ombro.
Gélido. Imóvel. Suspenso.
Permaneço.

4 comentários:

  1. "Frios na barriga são importantes" ... de quem será esta frase?? ... desta vez foi uma surpresa , eu adoro um terror com muito suspense , mas , nunca se passará pela minha cabeça que você também havia teria este tipo de "gosto" , certamente devido nossa sexta-feira 13 , que por sinal meu número da sorte !! rs... percebo que depois da publicação do teu texto sobre este assunto , mais outros dois foram publicados (amigos) , o que me instiga muito , assim , penso que escreverei um também , antes da meia noite é claro!! Vamos compartilhar os nossos medos e liberar os pensamentos perversos!! há há há!!! rs ... " Alô "

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O que vier de sua cabeça será bem-vindo....