10.1.17

Barra

O verde-mastro dos galhos abriga vidas escaldantes.
Dias em fornalhas, fermentando fornalhas
ou cede ou foge.
Enquanto o vento quente rasga abrindo sulcos, forçando 
o morno a ferver
o sério a embriagar,
o clérigo a endiabrar
e o esquivo a acontecer.

Não há meio-termo com tanto calor.
A flor da pele escorre o mel.
Os olhos belos escondem tantos futuros.

Tomar o breu do céu 
como quem aprecia seu ébrio teor no fundo da boca, sem pressa.
Ondas que colidem, que harmonizam. 
Perpetuam intensidades. Guardado 
onde a memória não é precisa, pois não é preciso.

Peito carregado de escárnios, escarro!
Respiração fraudulenta,
exausta por tentar afrouxar tantos ideias.
onde, por tamanha simplicidade, não sobem bandeiras.
Certeira e desconexa realidade.

Apreciando o absurdo, o inexato,deparei-me com a origem.
Cais de difícil acesso, de retorno arredio
mas de natureza estonteante, 
ameaçadoramente imensa
e involuntariamente convidativa.

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