Aquela barba
dava-lhe aspectos rudes
O olhar sereno e
triste deram-lhe o que todos evitaram ver
Tentou
preservar-se de suas lembranças, mas elas o puniram
Voltou; E
arrastar-se até aqui fora pungente
Dor que aumenta infimamente
a cada tomada de ar
Mas tal
inofensividade se demonstrou avassaladora
Ao ponto de
espremer a consciência
na luta por
espaço. Não cabem mais em si
A pele amarelada
roubava-lhe a aparência saudável
As deformidades na
face exprimiam-lhe chagas
Carregava consigo
todas as curas descobertas
Conflitos que o regeneram
São lhe exibidos
em forma de alarme
A voz rouca soa feito
um rugido
Rouquidão causada
por excessos de silêncio
Acúmulo de palavras
nas cordas vocais
Palavras com prazo
vencido
Som calcificado
após tantos não-ditos
Expressa-se agora
em tom inaudível
Mas suas palavras ainda
fortes
São ouvidas com estranha
cordialidade
E com um profundo
respeito por tudo aquilo
que não se consegue mais escutar
Clara idade...
ResponderExcluirFantástico!
Necessárias conversas sobre o tema, rsrs
Um brinde à arte de concretizar sentimentos!!
ResponderExcluirSensacional
Caraca, bom demais.
ResponderExcluirSeu jeito de escrever realmente é fora do comum, cria reflexões e emoções, descrições cinematográficas sutilmente declaradas, intencionadas. Delicada escarrada de provocação.
ResponderExcluirem outras palavras, você é foda!!
poema pscicanalítico
ResponderExcluir