Ao sentar-se na cama
percebeu, como paisagem disponível, a ponta de um telhado vizinho e um imenso
céu num tom azul-absoluto, mas abdicou de tal vista quando Beltia adentrou e
compartilhou espaço no colchão.
- Não te expulsei da cama. Sente aqui! –
disse ela
Eu, ainda no chão,
observava calado os dois móveis rústicos e lustrados que completavam o pequeno
quarto em que estávamos. Sentou-se à minha frente e examinou-me em silêncio.
- Não gostou? –
Perguntou-me
- Do quê?
- Do meu quarto. Já
que olhou cada canto deste recanto por que não me diz o que achou?
- Como posso dizer?...
É claro que gostei... Mas... o achei um tanto pequeno, sabe?
- Pequeno para quê?
Nós dois não cabemos nele?
- Sim... Mas não foi
isto...
- E além de nós – interrompeu-me - também não está aqui o que sentimos? E os sentimentos que mal cabem em nossos
corpos e que ainda assim é abrigado por este pequeno quarto? Onde também coube
o que transbordou hoje e o que nos escapou dias atrás...
- Neste quarto cabem
vidas inteiras. Tem razão... ele é imenso.
- E você? Gostou? -
Perguntei
- Adorei!
- Adorou o quê? Não
sabe nem ao que me referi...
- E nem pretendo
saber... Adoro a vida e tudo o que nela está.
- Que bom! Então já se
encontrou?
- Não, mas sempre que
procuro me acho um pouco.
- Dentro de dois anos
estará completa!
- Se me ajudar,
alcanço o Todo em dois dias.
- Aceito! Mostro-te o
caminho que conheço e depois vamos à minha procura...
- Depois, depois...
Vamos despistar o depois e interrogar o hoje jogando a luz mais forte na
cara...
- O que acha que nos
revelará?
- Não importa Homem!
Vamos acreditar em qualquer resposta bem elaborada. Verdades acreditadas têm o
mesmo peso das Verdades reais.
- Então acreditaremos
por racionamento de esforços? Por não aprofundar o questionar?
- Não! Acreditaremos
por ansiedade de respostas. Qualquer uma serve, já te disse.
- Pois bem, se são
todas aceitáveis só me resta acreditar nesta conversa.
- Só te resta me
acompanhar. Todo fim é um ponto de partida e este é o seu...
- O meu fim?
- Não Homem! O seu
ponto de vista da história.
Lembrei de um texto do Fernando Veríssimo...=) mt bom.
ResponderExcluirNão acredito o Bruno esta de volta!
ResponderExcluirAgora sim, o escritor retornou a escrivaninha e gastou a pena.
Adorei parceiro!
P.S – Vai Corinthians! Risos*
Voltou cheio de inspirações!
ResponderExcluirEsse é meu ponto de vista ^^"
Se alguém me achar , me devolva!!!rs