O que dizer do chão?
Dos pisos que tanto piso e observo?
Indigno e Indiagonado seguem os meus olhares.
Olhos que miram os pés
Olhos que lembram de outros olhos.
O chão: pernas; calçados; calçadas; cardaços.
A cidade: paralela e transversal. Faixa de pedestre.
A cidade: paralela e transversal. Faixa de pedestre.
Os olhos: fixos, atentos. Absortos.
Enquanto as sujidades repelem o ideal
Tolero que as lacunas não se preencham por completo
Não se faz mais necessário
O ideal existe, mas não é possível
Solto, na cidade, sou mais um
Sinto-me um alvo
Embora eu possa oferecer riscos como qualquer outro
Onde os grupos se intercalam?
Onde a loucura é aceita?
Onde não há verdade única.
Onde a cidade ainda não está feita.
Não me importam as verdades ditas,
Nem o quanto de verdade contém nelas
Não me importo que me enganem.
De certo modo, permito.
Pois viver
pode ser
apenas
Perceber as sensações
Presente, de tempo e merecido...
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