30.1.12

O Concreto e SAMPA CiTi

O que dizer do chão?
Dos pisos que tanto piso e observo?
Indigno e Indiagonado seguem os meus olhares.
Olhos que miram os pés
Olhos que lembram de outros olhos.


O chão: pernas; calçados; calçadas; cardaços.


                                                A cidade: paralela e transversal.                Faixa de pedestre.


Os olhos: fixos, atentos. Absortos.


Enquanto as sujidades repelem o ideal
Tolero que as lacunas não se preencham por completo
Não se faz mais necessário
O ideal existe, mas não é possível


Solto, na cidade, sou mais um
Sinto-me um alvo
             Embora eu possa oferecer riscos como qualquer outro
Onde os grupos se intercalam?
Onde a loucura é aceita?
Onde não há verdade única.
Onde a cidade ainda não está feita.


Não me importam as verdades ditas,
Nem o quanto de verdade contém nelas
Não me importo que me enganem.
De certo modo, permito.

Pois viver
pode ser
apenas
Perceber as sensações

Um comentário:

O que vier de sua cabeça será bem-vindo....