7.1.18

Rio que muda

Quando as preocupações te encontram
Esvaem-se,
escorrem feito água corrente
A frente empoçam-se belas incertezas que convidam a submergir

Afundo e, sem abrir os olhos, 
ressalto qualquer tipo de sensibilidade
No fundo é que me encontro
No raso não cabem minhas largas braçadas
Tenho mais fôlego do que o raso pode suportar

Quanto mais me aprofundo em mim
menos enxergo e mais sinto. 
Esbarro num novo eu

Mas o fundo aperta o peito, incomoda,
faz força pra subir
como se o corpo pedisse para novamente
respirar o mais-do-mesmo,  
repetir um exato enredo,
repelir o desconhecido que atrai.

Expando meus pulmões para caber mais vida
Quero-me mesmo é incompleto,
para fazer dos vazios profundidade,
E saber que pouca dosagem é bobagem
Quando se quer ser 
ao invés de estar.

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