13.11.13

Turvo

Sinto vontade de escrever. De exprimir o sentimento que calo, 
para que não me pode mais, 
para que pare de me demolir.

Dessa vontade,

Saem palavras 
sobre o não compreender profundo do que se passou,
sobre o que passou, o porquê dos acontecimentos.

Saem palavras 

ralas e rasas. Mas não escassas 

Lindo é o conjunto de letras que se pode arranjar,
Lindo sentido incutido, arquitetado, desenho gravado.(?) 
Esboço gravado.

Mesmo com a excessiva quantidade de palavras,
de caminhos e possibilidades... 
São ideias que se traduzem através delas;
Lindas palavras, podem ser, 
mas ralas e rasas.

Notas desafinadas timbram o papel.

Palavras não podem descrever o todo, o que nos é desconhecido.
São inúteis contra a inóspita ideia-inexplicável.

Dessa forma, 
Saem palavras,
Saem dilemas.

Descrições de um estado momentâneo e passageiro
Podem soar perpétuos ao saírem de nossas cabeças.
As palavras com timbres tristes, pesados.

Poema que homenageia o estado passageiro 
que adoece a alma.

Gosto dos poetas que escrevem tristes. 

Gosto de suas palavras.
Há momentos em que me sinto neles.

Tenho um surpreendente alívio egoísta 

ao saber que não sou o único a provar desses sentimentos.

A tristeza é uma grande artista. 

Soube, que em breve,
fará uma nova exposição nos melhores museus da cidade. 

Um comentário:

  1. Mais uma vez, usa palavras, de forma simples, para falar sobre o indescritível. Sobre o mistério, a graça, os sentimentos, e não digo somente do amo, mas do simples sentir, que nos faz estar vivos.

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