Em uma
neblina intensa
Continha
meus medos
Contava meus sonhos
Conteve medonhos astros cadentes que
mal via
É possível ver a beleza no escuro
E uma
neblina tensa
Cobria
meus pés
Forjava
meus passos
Forrava
meus rastros, pegadas apagadas que me esquecia
É possível ser passível sem passado
II
Ligeiramente estranho,
estranho a mente.
Enquanto tênue,
Tento ser tenaz.
Conhecida a dura condição
de admitir-se passageiro
Embora não queira ir embora.
III
Um breve grito extraiu-me do repouso
Assustado, reagi
Não pude evitar o brusco movimento
Incalculável, imprevisto
Em troncos encontro o conto duma vida
Um breve risco limitou meu Estado
Demarcado, coagi
Jamais permiti requerer fronteiras,
Divisórias, discernidas
Desejo o estado de sentir-me estrangeiro