7.8.12

Letras

É na penúria das horas que ela se confunde
Perde-se por temer plantar em terrenos inférteis
Previne-se com vacinas anti-finais
Pequenosfragmentosinjetados
Não findam, mas acabam com ela.

Talvez por isso se esconda atrás de engenhosidades


– És geniosa! – ouviu-se ao fundo.

Sentado numa velha poltrona duma velha casa, estava um deles.
As paredes estavam pintadas por um mofo sem cor; tinta com cheiro forte.
Uma cadeira e uma mesa com um abajur sobre ela compunham o resto do cubículo.

Recostado e com a cabeça quase dentro do abajur, respondia:
– Causaria espantos até em um visionário.

Tem abundância; E, enquanto fala, cria.
Suas ideias formulam teias.
Mas sem caças ou venenos.
Sem presas ou qualquer coisa letal.


O outro, voltando à sala concluiu:
– Vejo que todos os presos...– Presos ?! – interrompeu o outro
– Uma vez preso - tentou mais uma vez – continuam por vontade própria.

Permanecem sem oferecer resistência.
sãosorrisosinvoluntários
são olhos que flamejam

Talvez não meça a própria grandeza.



Fazia frio, mas não entendiam o porquê de tanto incômodo.
– Ela tenta se nivelar. Já percebeu? – perguntou rindo
 – Quer fazer-se comum. – Lacônico e impaciente
Fechou-se batendo a porta do quarto.
– Enquanto todos a tem em alta estima. – disse sozinho


Busca em outras vidas
O próprio convencimento que oferece.
E por insistência, convencem-na de todo seu potencial.
Percebe-se a partir dos outros
Mas ainda assim desconfia


– Por mero descuido...
Refletiu, sem saber se ainda falava.



4 comentários:

  1. fontes diferentes pra uma mesma nascente ++ giuliano

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  2. u-a-u.

    Está muito bom, Bruno.
    Pude visualizar as cenas...mais uma vez o seu texto transforma-se em tela.
    Parabéns.

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O que vier de sua cabeça será bem-vindo....