12.6.11

Súplica ao pensamento atrofiado

A máquina de pensamentos é algo intrigante.

Não me sinto responsável pelas idéias que surgem sem esforço algum. 
Quem, portanto, seria o verdadeiro responsável 
pelo sinal de partida 
das idéias concisas que se passam agora? Preciso entender!

Neste momento perdi a autonomia sobre meus pensamentos. 
Porém o que escrevo agora é completamente racional e consciente. Ou penso que seja. 
Entretanto, redijo sobre o tema que pretendo aniquilar dentre os meus pensamentos. 

Mas comparado com a tortura 
que é pensar sem desejar esse pensamento, 
este registro torna-se ínfimo.

E por precaução defino esta a última vez que volto a este assunto. Está decretado. Preciso esquecer!

Não tenho a quem recorrer. 
Evito pedir auxílio. 
Pois o auxílio nos dá a tola esperança de que nos ofereçam 
uma solução na qual ainda não pensamos.

Como uma relação destemperada pode ocupar tanto espaço nas minhas idéias? 

Não!!! Preciso esquecer!

Torço para que a causa de toda essa inspiração seja expelida junto com essas palavras.

Enfraqueço-me mais-e-mais a cada vez que minhas expectativas roubam meu lugar. Desvirtuo-me. Rebaixo-me à vencedora ao assumir que todas as tentativas já foram feitas e mesmo assim te incluo nos meus escritos e encontro-te em meus pensamentos.

Quero me esquecer do que não tenho. Quero não querer.
Quero a tranquilidade usurpada. É necessário que eu retorne ao meu estado original.
Quero me desvincular de todo estorvo aprisionado em mim. O ideal já não existe.

4 comentários:

  1. Muito bom Bruno, não pare de escrever, seus textos estão cada dia melhores!

    abraço

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  2. Querer , querer , não querer!!
    - Você ainda quer.

    Do contraste entre o pensamento perdido ao racional e consciente .
    Da relação destemperada que causa toda esta inspiração e deverá ser expelida junto as palavras , mas , ainda assim você as inclue em teus escritos , vão ao encontro de teus pensamentos.

    Parabéns Bruno!!

    Fernanda Teles.

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O que vier de sua cabeça será bem-vindo....