30.1.17

Retinta

O grave retinto marca, anuncia
o repique repelique dos tambores, dos prazeres, dos gingados
é cor, é suor, é destino, é raça, é ode
é onde desaguam, desatam tantos dizeres
é quando o corpo cala o mundo para poder dançar

Energia vital e retumbante
que transforma tudo em corrente, atraente
beleza negra, fértil e intocada em respeito às liberdades
a menina sambou leve feito o vento
abandonou seus abandonos e sorriu
quis ser levada como nada
e acolhida como única, que és
beleza que não se encerra, que vela a madrugada
que me desperta pela manhã, que fica na memória como retina queimada pela luz
em tudo se reflete
e agora toda besteira é desculpa para abrir um riso
há um riso em todo canto

O dia clareou e a harmonia do samba continua a soar, a rebater, a  sacudir o novo rumo ao pretensioso inesperado

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