Lentamente. Os sorrisos resistiam.
A chuva se pronunciava;
Exalava cheiro de asfalto molhado.
A chuva rala perfumava.
Seu som de queda; Constante
Era música para os surdos de ruído
Tocavam o chão
Tocavam como vassouras jazzísticas
Umedeciam meus melhores pensamentos
E arrastava-os feito uma enxurrada
Os pensamentos mais antigos
Que, por privilégios por tempo de serviço,
Permaneceram fixos e inabaláveis,
Haviam se transformado em amores, religião ou ideologias.
Serei eu o que sempre sobra após as enxurradas?
A chuva é simples.
Não comporta tamanha complexidade e estudo.
Dicotômica e indiferente.
Divide apenas por secos ou molhados.
Iguala e faz-me desimportante:
Minhas dores não são as maiores do mundo.
Embora somente eu as valorize desta maneira.
O que se aloja em minhas ideias torna-se meu
E de imensurável importância para mim.
Alocam-se em meu organismo:
Onde chuvas não alcançam
E enxurradas não arrastam.
Pensado não é roubado...
ResponderExcluirPensamentos que se repetiram??
ExcluirRepetiram, repartiram e resistirão até o próximo verão, até a próxima chuva...
ResponderExcluirbruno caieiro rocha
ResponderExcluirdepois de uma boa chuva, um bom banho, tudo parece se renovar, pena que essa sensação dura pouco
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